EIXOSXVIII Colóquio Ibérico de Geografia
Desafios Societais. A perspetiva da Geografia 9 a 11 de outubro de 2024 |
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Ambiente, Biodiversidade e Serviços de Ecossistemas Albano Figueiredo, Helena Madureira e Rafael Cámara Temos hoje uma perceção muito clara da importância que os serviços dos ecossistemas representam para o bem estar das sociedades humanas, e do papel fundamental que a proteção ambiental exerce para assegurar a existência de sistemas naturais com capacidade para providenciar serviços diversos, muitos deles determinantes para o desenvolvimento de atividades humanas. A biodiversidade tem sido frequentemente utilizada como indicador do estado de conservação e capacidade dos ecossistemas para providenciar serviços, apresentando-se o seu conhecimento como muito relevante para apoiar a definição e implementação de estratégias que procuram reforçar a proteção e qualidade ambiental, desde a recuperação de habitats até à identificação de limitações no uso do solo plasmadas em instrumentos ligados ao ordenamento do território. No âmbito deste eixo temático, entre outros aspetos, pretende-se discutir os seguintes tópicos:
Cidades e Mobilidade Sustentável Miguel Padeiro, Pedro Chamusca e Miguel Pazos No triplo contexto da urgência climática, das desigualdades sociais exacerbadas e dos múltiplos riscos da dependência energética, a mobilidade urbana surge ao mesmo tempo como um dos eixos centrais das políticas de equidade e de sustentabilidade, e como um campo de conflitualidade social e política. Este eixo temático estimula contributos que destaquem o papel fundamental que a mobilidade sustentável desempenha nos objectivos da sustentabilidade urbana (redução das emissões de carbono, aumento da eficiência energética, melhoria da qualidade do ar, promoção da equidade social), mas também os que contribuem para as questões de equidade e justiça na mobilidade como a gentrificação associada ao transporte e o desigual acesso das populações vulneráveis à mobilidade. Serão ainda bem-vindas propostas enquadradas em temas como o design e implementação de redes de transporte sustentáveis, o papel da tecnologia e inovação na modelação do futuro da mobilidade urbana, as dimensões sociais e económicas do transporte sustentável, os impactos ambientais dos padrões de mobilidade atuais, a integração da mobilidade sustentável no planeamento urbano e na tomada de decisão política. Dinâmicas demográficas, saúde e bem-estar Paulo Nossa, Ana Louro e Dolores Puga As sociedades desenvolvidas enfrentam um conjunto de mudanças estruturais com significativo impacte territorial e demográfico, sejam estas geradas pela intensificação dos fluxos migratórios, incluindo as deslocações forçadas por causa ambiental, ou pelo agravamento do envelhecimento populacional, com consequências ao nível do despovoamento. O acréscimo de longevidade e a instalação de quadros de incapacidade nas idades mais avançadas, associada à mudança do perfil epidemiológico, geraram impactes diversos na saúde individual e coletiva, no conceito de bem-estar e na procura de cuidados de saúde. Os últimos anos, foram particularmente exigentes para os sistemas de saúde que tiveram de adaptar a sua resposta aos desafios existentes. Por tudo isto, importa discutir os cenários de vulnerabilidade e de oportunidade que afetam os sujeitos, os territórios e as políticas públicas, identificando os principais desafios que a demografia, a saúde e o bem-estar enfrentam. Educação e pensamento geográfico em tempo de mudança Fátima Velez de Castro, André Carmo e Rafael de Miguel Num tempo marcado por profundas transformações económicas, sociais, culturais e políticas, o papel da educação e do pensamento geográfico revela-se cada vez mais fundamental. A compreensão plena das grandes alterações globais da atualidade, a formação de cidadãos esclarecidos e intervenientes, requer uma ampla e sólida educação geográfica. Por sua vez, o pensamento geográfico, na sua riqueza e pluralidade epistemológicas, permite conhecer melhor um mundo multifacetado e paradoxal, pleno de contrastes e continuidades. Paisagens culturais em transformação, assimetrias económicas crescentes, tensões e conflitos políticos, enormes desafios relacionados com a sustentabilidade do planeta e o futuro da humanidade, impulsionam o desenvolvimento de novas práticas e discursos educativos, o aparecimento de novas perspetivas e formas de pensar geograficamente. Neste eixo temático, pretende-se examinar um leque diversificado de transformações institucionais e inovações pedagógicas, revisões curriculares e didáticas, capazes de dotar os estudantes de novas ferramentas para compreender e intervir no mundo em que vivem. De igual forma, as estratégias de adaptação dos educadores aos impactos profundos do desenvolvimento tecnológico, da inteligência artificial generativa, da desinformação e do hiperrelativismo num tempo de pós-verdade, fazem parte dos desafios que queremos discutir. Também será dado destaque às questões da formação inicial docente, face a contextos escolares em que a falta de professoras/es de Geografia, assim como de outras áreas científicas, coloca em causa as políticas públicas de ensino dos últimos anos. Pretende-se, em suma, investigar o poder do pensamento geográfico, num contexto de crescente valorização de experiências de aprendizagem criativas, holísticas e interdisciplinares, na promoção de formas de literacia geográfica e desenvolvimento da cidadania global. Geopolítica em tempos de conflito: novos equilíbrios e desafios João Luís Fernandes, José Lúcio e Josep V. Boira A contemporaneidade é hoje uma realidade complexa e fluida na qual se problematizam dinâmicas como os processos de globalização, as relações de interdependência, as fronteiras políticas ou os significados mais amplos e integrados da segurança. No contexto de uma sucessão de crises, debate-se hoje o sentido da arquitetura global do poder, com tendência para a multipolaridade, assim como a constelação de atores envolvidos nos domínios da Geografia Política e da Geopolítica, que implicam múltiplas instituições, Estados ou redes com diferentes configurações. Neste sentido, para além do debate em torno dos conceitos e das teorias que enquadram estas análises, é importante o foco em questões como a aparente regionalização do mundo e a emergência de novos focos de poder económico e político; a relação entre atores como os EUA, a China e a União Europeia; o papel crescente dos territórios marítimos e a emergência da centralidade do Pacífico. Neste quadro, devem ser equacionados os novos e velhos conflitos territoriais e o modo como integram várias escalas geográficas. Parte desta turbulência estará relacionada com temas estratégicos como a segurança energética, as alterações climáticas e a nova geopolítica dos recursos naturais. No âmbito de um congresso ibérico, será também oportuno discutir a União Europeia nas suas dinâmicas internas (como é o caso das relações transfronteiriças), assim como a sua inserção regional, os processos de alargamento e a relação com espaços de proximidade, como o Norte de África. Estas abordagens podem ser realizadas a partir de focos regionais mais específicos, como é o caso da Península Ibérica. Mudanças climáticas e gestão sustentável dos recursos naturais Carlos Guerra, Licínia B. e Jorge Olcina As mudanças climáticas são atualmente um dos principais fatores de ameaça à gestão sustentável do território e dos recursos naturais nele contidos. Estas mudanças incluem eventos diretos (e.g., mudanças nos padrões de temperatura e pluviométricos) e indiretos (e.g. alterações nos padrões de fogo resultantes de um aumento de fatores de risco) com implicações distintas para a futura gestão e conservação sustentável do território. Esta sessão irá debruçar-se sobre estes processos olhando para tendências atuais, mas também numa perspetiva preditiva, tentando antecipar desafios futuros. O objetivo é ter uma sessão que não só aborde os múltiplos aspetos relacionados com as mudanças climáticas, mas também que possa considerar diferentes tipos de recursos naturais incluindo a água, o solo, a biodiversidade, qualidade do ar, entre outros. Ao considerar estes múltiplos aspetos, pretende-se gerar uma discussão construtiva sobre o papel da geografia na resolução dos futuros conflitos, nacionais e internacionais, que possam ocorrer na gestão sustentável dos recursos naturais. Modelagem espacial, análise territorial e informações geográficas Rui Ferreira, Rossana Estanqueiro e Ana Nieto "A modelagem espacial e os Sistemas de Informação Geográfica (SIG) são fundamentais na análise territorial. Neste eixo, podem ser apresentados trabalhos que mostram avanços em modelos espaciais e aplicações SIG na análise, organização e evolução de elementos em um território, na identificação de padrões e tendências e/ou no auxílio à tomada de decisões sobre políticas territoriais e ambientais (planejamento urbano, distribuição da população, infraestrutura, usos do solo, agricultura, riscos naturais, epidemiologia...). Novas aplicações em modelos de regressão espacial, análise de redes, inteligência artificial, realidade virtual, big data, sistemas dinâmicos... para representar a relação entre os diferentes elementos espaciais e prever seu comportamento futuro." Oportunidades e desafios do espaço rural Paulo Carvalho, Luís Moreno e María I. Martín Jiménez As áreas rurais europeias e ibéricas são objeto de atenções renovadas e também a viva tradução de dinâmicas de diferentes atores e territórios. Referimo-nos às atenções de geógrafos e de outros especialistas e analistas com preocupações muitas vezes de cariz interdisciplinar, face a transformações e pressões relativas às condições sociais, económicas, culturais, ambientais e paisagísticas dos territórios rurais. Em termos de ocupação do território e de atividades e funções no espaço rural, numerosos desafios permanecem, ou até se acentuam, mas também surgem novas oportunidades. Tal corresponde, por exemplo, aos usos residenciais e aos domínios das atividades primárias, de transformação produtiva e dos vários tipos de serviços, envolvendo diferentes percursos evolutivos e maiores ou menores relações com os meios urbanos, de algum modo em função das políticas públicas, das europeias (da Política Agrícola Comum / PAC, mas não só) e das dos níveis nacional e regional / local. Do rural agrário ao rural-território, diversas são as dimensões que apelam aos desejados contributos, abrangendo diferentes escalas de análise e perspetivas, desde as que importam para uma compreensão holística ou integrada da ruralidade, até às que incidem no planeamento, ordenamento e desenvolvimento rural face a desafios relativos à governança e à sustentabilidade. Processos biofísicos, riscos e ordenamento do território Lúcio Cunha, Eusébio Reis, Guillem X. Pons A Geografia, enquanto ciência de charneira e articulação entre os estudos sobre a Natureza e a Sociedade, preocupa-se com a evolução dos processos naturais, com o modo como estes se relacionam entre si e com os fenómenos sociais, bem como com os seus reflexos no espaço e nos territórios. A articulação Sociedade-Natureza, feita quase sempre de modo pouco inteligente, imediatista e fortemente predador, tem levado a graves problemas ambientais que põem em causa a sustentabilidade do Planeta, criando e agravando situações de risco, com graves prejuízos para os Seres Humanos, a sua economia, a sua cultura e o seu bem-estar. Ao estudar estes processos, a Geografia assume o seu papel de Ciência Aplicada, trabalhando na mitigação dos principais problemas ambientais e na adaptação das sociedades aos impactos desses problemas. Este processo de aplicação passa por um conhecimento sólido e rigoroso acerca do modo como se desenvolvem os processos naturais e como se articulam com os diferentes modos ocupação social do espaço. Assim, neste eixo do XVIII Colóquio Ibérico de Geografia pretende-se apresentar e discutir, entre outros, os seguintes temas:
Turismo, Património e Sustentabilidade Norberto Santos, Hélder Lopes e María García Hernández O eixo temático Turismo, Património e Sustentabilidade destaca a importância de, no seio da comunidade de investigação geográfica, se desenvolver uma abordagem sistémica capaz de compreender e diligenciar ações e intervenções que contribuam para o ordenamento dos territórios, enquanto destinos turísticos. Reconhecendo o turismo como uma parte integrante da vivência quotidiana dos lugares e dos espaços de vida da contemporaneidade, este eixo procura refletir sobre questões que denotem a inter-relação entre as comunidades locais, a superestrutura turística, os patrimónios associados aos territórios e comportamentos dos turistas, como forma de garantir a multifuncionalidade, salvaguarda e qualificação dos lugares, cada vez mais espaços multiatrativos. O debate estende-se para além dos impactes económicos, socioculturais e ambientais do turismo, ao procurarem-se trabalhos que denotem a preocupação crescente com as alterações climáticas, a sustentabilidade, a governança e a capacidade fundacional e de singularidade da cultura, instrumentos cruciais para um planeamento democrático, participativo e regenerativo do turismo. Concomitantemente, este eixo promove discussões sobre novas formas de mobilidade turística, a gestão de conflitos entre populações transientes e residentes, a valorização dos ativos territoriais e a integração de estratégias inovadoras de governança no turismo, num ambiente crescentemente co-criativo e transformativo. Desta forma, procuram-se estudos de caso ou perspetivas críticas sobre a sustentabilidade dos destinos turísticos, considerando a qualidade de vida das comunidades locais, a preservação e valorização turística patrimonial e a segurança dos ecossistemas. Este enquadramento reflete a complexidade e a importância do turismo como força motriz na socioeconomia nas diferentes escalas de análise, do pensar global ao agir local, onde se realça a necessidade de abordagens multidisciplinares e sensíveis à especificidade dos lugares. |
ES
Ambiente, Biodiversidad y Servicios de Ecosistemas Albano Figueiredo, Helena Madureira e Rafael Cámara Hoy tenemos una percepción muy clara de la importancia que los servicios de los ecosistemas representan para el bienestar de las sociedades humanas, y del papel fundamental que la protección ambiental ejerce para asegurar la existencia de sistemas naturales con capacidad para proporcionar servicios diversos, muchos de ellos determinantes para el desarrollo de actividades humanas. La biodiversidad ha sido frecuentemente utilizada como indicador del estado de conservación y capacidad de los ecosistemas para proporcionar servicios, presentándose su conocimiento como muy relevante para apoyar la definición e implementación de estrategias que buscan reforzar la protección y calidad ambiental, desde la recuperación de hábitats hasta la identificación de limitaciones en el uso del suelo plasmadas en instrumentos ligados al ordenamiento del territorio. En el ámbito de este eje temático, entre otros aspectos, se pretende discutir los siguientes temas:
Ciudades y Movilidad Sostenible Miguel Padeiro, Pedro Chamusca e Miguel Pazos En el triple contexto de la urgencia climática, las desigualdades sociales exacerbadas y los múltiples riesgos de la dependencia energética, la movilidad urbana surge al mismo tiempo como uno de los ejes centrales de las políticas de equidad y sostenibilidad, y como un campo de conflictividad social y política. Este eje temático estimula contribuciones que destaquen el papel fundamental que la movilidad sostenible desempeña en los objetivos de la sostenibilidad urbana (reducción de las emisiones de carbono, aumento de la eficiencia energética, mejora de la calidad del aire, promoción de la equidad social), pero también aquellos que contribuyen a las cuestiones de equidad y justicia en la movilidad como la gentrificación asociada al transporte y el desigual acceso de las poblaciones vulnerables a la movilidad. Serán bienvenidas también propuestas enmarcadas en temas como el diseño e implementación de redes de transporte sostenibles, el papel de la tecnología e innovación en la modelación del futuro de la movilidad urbana, las dimensiones sociales y económicas del transporte sostenible, los impactos ambientales de los patrones de movilidad actuales, la integración de la movilidad sostenible en la planificación urbana y en la toma de decisiones políticas. Dinámicas demográficas, salud y bienestar Paulo Nossa, Ana Louro e Dolores Puga Las sociedades desarrolladas enfrentan un conjunto de cambios estructurales con un impacto territorial y demográfico significativo, ya sean generados por la intensificación de los flujos migratorios, incluidos los desplazamientos forzados por causas ambientales, o por el aumento del envejecimiento poblacional, con consecuencias a nivel de despoblamiento. El aumento de la longevidad y la aparición de cuadros de incapacidad en edades avanzadas, asociados al cambio del perfil epidemiológico, han generado impactos diversos en la salud individual y colectiva, en el concepto de bienestar y en la búsqueda de cuidados de salud. Los últimos años han sido particularmente exigentes para los sistemas de salud, que han tenido que adaptar su respuesta a los desafíos existentes. Por todo esto, importa discutir los escenarios de vulnerabilidad y oportunidad que afectan a los sujetos, los territorios y las políticas públicas, identificando los principales desafíos que la demografía, la salud y el bienestar enfrentan. Educación y pensamiento geográfico en tiempos de cambio Fátima Velez de Castro, André Carmo e Rafael de Miguel En un tiempo marcado por profundas transformaciones económicas, sociales, culturales y políticas, el papel de la educación y del pensamiento geográfico se revela cada vez más fundamental. La comprensión plena de los grandes cambios globales actuales, la formación de ciudadanos informados e intervenientes, requiere una amplia y sólida educación geográfica. A su vez, el pensamiento geográfico, en su riqueza y pluralidad epistemológicas, permite conocer mejor un mundo multifacético y paradójico, lleno de contrastes y continuidades. Paisajes culturales en transformación, asimetrías económicas crecientes, tensiones y conflictos políticos, enormes desafíos relacionados con la sostenibilidad del planeta y el futuro de la humanidad, impulsan el desarrollo de nuevas prácticas y discursos educativos, el surgimiento de nuevas perspectivas y formas de pensar geográficamente. En este eje temático, se pretende examinar un abanico diversificado de transformaciones institucionales e innovaciones pedagógicas, revisiones curriculares y didácticas, capaces de dotar a los estudiantes de nuevas herramientas para comprender e intervenir en el mundo en que viven. De igual forma, las estrategias de adaptación de los educadores a los impactos profundos del desarrollo tecnológico, de la inteligencia artificial generativa, de la desinformación y del hiperrelativismo en un tiempo de posverdad, forman parte de los desafíos que queremos discutir. También se dará importancia a las cuestiones de la formación inicial docente, frente a contextos escolares en los que la falta de profesoras/es de Geografía, así como de otras áreas científicas, pone en cuestión las políticas públicas de enseñanza de los últimos años. Se pretende, en suma, investigar el poder del pensamiento geográfico, en un contexto de creciente valoración de experiencias de aprendizaje creativas, holísticas e interdisciplinarias, en la promoción de formas de alfabetización geográfica y desarrollo de la ciudadanía global. Geopolítica en tiempos de conflicto: nuevos equilibrios y desafíos João Luís Fernandes, José Lúcio y Josep V. Boira Los tiempos contemporáneos son hoy una realidad compleja y fluida en la que se problematizan dinámicas como los procesos de globalización, las relaciones interdependientes, las fronteras políticas o los significados más amplios e integrados de la seguridad. En el contexto de una sucesión de crisis, hoy se debate el sentido de la arquitectura global del poder, con tendencia a la multipolaridad, así como la constelación de actores involucrados en los dominios de la Geografía Política y la Geopolítica, que implican múltiples instituciones, Estados o redes con diferentes configuraciones, en este sentido, más allá del debate. en torno a los conceptos y teorías que enmarcan estos análisis, es importante centrarse en cuestiones como la aparente regionalización del mundo y el surgimiento de nuevas fuentes de poder económico y político; el creciente papel de los territorios marítimos y el surgimiento de la centralidad; del Pacífico. Parte de esta turbulencia estará relacionada con temas estratégicos como la seguridad energética, el cambio climático y la nueva geopolítica de los recursos naturales. En el ámbito de un congreso ibérico, también será oportuno discutir sobre la Unión Europea en su dinámica interna (como es el caso de las relaciones transfronterizas), así como sobre su inserción regional, los procesos de ampliación y la relación con las zonas cercanas. , como el Norte de África. Estos planteamientos se pueden llevar a cabo desde enfoques regionales más específicos, como es el caso de la Península Ibérica. Cambio climático y gestión sostenible de los recursos naturales Carlos Guerra, Licínia B. e Jorge Olcina El cambio climático es hoy en día uno de los principales factores de amenaza para la gestión sostenible del territorio y de los recursos naturales que contiene. Estos cambios incluyen eventos directos (por ejemplo, cambios en los patrones de temperatura y precipitaciones) y eventos indirectos (por ejemplo, cambios en los patrones de incendios resultantes de un aumento en los factores de riesgo) con distintas implicaciones para la gestión futura y la conservación sostenible del territorio. Esta sesión se centrará en estos procesos mirando las tendencias actuales, pero también desde una perspectiva predictiva, intentando anticiparse a los retos futuros. El objetivo es tener una sesión que no solo aborde los múltiples aspectos relacionados con el cambio climático, sino que también pueda considerar diferentes tipos de recursos naturales incluyendo agua, suelo, biodiversidad, calidad del aire, entre otros. Al considerar estos múltiples aspectos, el objetivo es generar una discusión constructiva sobre el papel de la geografía en la resolución de conflictos futuros, nacionales e internacionales, que puedan ocurrir en el manejo sostenible de los recursos naturales. Modelado espacial, análisis territorial e información geográfica Rui Ferreira, Rossana Estanqueiro e Ana Nieto El modelado espacial y los Sistemas de Información Geográfica (SIG) son fundamentales en el análisis territorial. En este eje se pueden presentar trabajos donde se muestran avances en modelos espaciales y aplicaciones SIG en el análisis, organización y la evolución de elementos en un territorio, la identificación de patrones y tendencias y/o la ayuda en la toma de decisiones sobre políticas territoriales y ambientales (planificación urbana, distribución de la población, infraestructuras, usos del suelo, agricultura, riesgos naturales, epidemiología...). Nuevas aplicaciones en modelos de regresión espacial, análisis de redes, inteligencia artificial, realidad virtual, big data, sistemas dinámicos... para representar la relación entre los diferentes elementos espaciales y poder predecir su comportamiento futuro." Oportunidades y desafíos del espacio rural Paulo Carvalho, Luís Moreno e María I. Martín Jiménez Los espacios rurales europeos e ibéricos son objeto de renovada atención y también la traducción viva de las dinámicas de diferentes actores y territorios. Nos referimos a las atenciones de los geógrafos, y otros especialistas, a menudo de carácter interdisciplinar, ante las transformaciones y presiones sobre las condiciones sociales, económicas, culturales, ambientales y paisajísticas de los territorios rurales. En lo que se refiere a los usos del suelo y a las actividades y funciones en las zonas rurales, muchos retos persisten, o incluso aumentan, pero también hay nuevas oportunidades. Esto afecta, por ejemplo, a los usos residenciales, a la transformación productiva o a servicios de diversa índole, que implican diferentes trayectorias evolutivas y mayores o menores relaciones con los entornos urbanos y con la incidencia de las políticas públicas, las europeas (la Política Agraria Común / PAC, pero no sólo) y las de ámbito nacional y regional / local. Las aportaciones deben abarcar desde lo rural agrario a lo rural-territorial, en todas las dimensiones y escalas de análisis y perspectivas, para una comprensión holística o integrada de la ruralidad, sin olvidar cuestiones de planificación, ordenación del territorio y desarrollo rural ante los retos relacionados con la gobernanza y la sostenibilidad. Procesos biofísicos, riesgos y ordenación del territorio Lúcio Cunha, Eusébio Reis, Guillem X. Pons La geografía, como ciencia central y de articulación entre los estudios sobre Naturaleza y Sociedad, se preocupa por la evolución de los procesos naturales, por la forma en que se relacionan entre sí y con los fenómenos sociales, así como por sus reflejos en el espacio y los territorios. La articulación Sociedad-Naturaleza, casi siempre realizada de manera poco inteligente, miope y altamente depredadora, ha llevado a graves problemas ambientales que ponen en duda la sostenibilidad del Planeta, creando y agravando situaciones de riesgo, con graves perjuicios para los seres humanos, su economía, su cultura y su bienestar. Al estudiar estos procesos, la Geografía asume su papel de Ciencia Aplicada, trabajando para mitigar los principales problemas ambientales y adaptar las sociedades a los impactos de estos problemas. Este proceso de aplicación implica conocimientos sólidos y rigurosos sobre cómo se desarrollan los procesos naturales y cómo se articulan con las diferentes formas en que se ocupa socialmente el espacio. Por ello, este eje del XVIII Coloquio Ibérico de Geografía pretende presentar y discutir, entre otros, los siguientes temas:
Turismo, Patrimonio y Sostenibilidad Norberto Santos, Hélder Lopes e María García Hernández El eje temático Turismo, Patrimonio y Sostenibilidad hace hincapié en la importancia de desarrollar un enfoque sistémico dentro de la comunidad de investigación geográfica que sea capaz de comprender y poner en práctica acciones e intervenciones que contribuyan a la planificación de los territorios como destinos turísticos. Reconociendo el turismo como parte integrante de la experiencia cotidiana de los lugares y espacios de vida contemporáneos, este eje pretende reflexionar sobre las cuestiones que denotan la interrelación entre las comunidades locales, la superestructura turística, el patrimonio asociado a los territorios y el comportamiento de los turistas, como forma de garantizar la multifuncionalidad, salvaguarda y cualificación de los lugares, que son espacios cada vez más multiatractivos. El debate se extiende más allá de los impactos económicos, socioculturales y medioambientales del turismo, ya que se buscan trabajos que pongan el acento en la creciente preocupación por el cambio climático, la sostenibilidad, la gobernanza y la singularidad cultural en tanto que herramientas cruciales para una planificación democrática, participativa y regeneradora del turismo. Al mismo tiempo, este eje promueve debates sobre nuevas formas de movilidad turística, la gestión de conflictos entre poblaciones transeúntes y residentes, la valorización de activos territoriales y la integración de estrategias innovadoras de gobernanza en el turismo, en un entorno cada vez más co-creativo y transformador. De este modo, se solicitan estudios de casos o perspectivas críticas sobre la sostenibilidad de los destinos turísticos, teniendo en cuenta la calidad de vida de las comunidades locales, la preservación y valorización del patrimonio turístico y la seguridad de los ecosistemas. Este marco refleja la complejidad e importancia del turismo como motor de la socioeconomía a diferentes escalas de análisis, desde el pensamiento global hasta la acción local, donde se hace hincapié en la necesidad de enfoques multidisciplinares sensibles a la especificidad de los lugares. |